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quarta-feira, 5 de março de 2025

Precisamos valorizar nossos artistas antes que seja tarde

O Brasil tantas vezes virou as costas para seus heróis e segue cavando sepulturas para os que ousam sonhar.

Por que tememos tanto reconhecer nossa grandeza? Por que, diante de uma vitória histórica, alguns de nós preferem desdenhar, diminuir, apagar? Ainda Estou Aqui fez o que nenhum outro filme brasileiro conseguiu: conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional. Um feito grandioso, um marco para nossa cultura. E, no entanto, ao invés de aplausos, vemos dedos apontados, vozes cheias de rancor tentando reescrever o passado e negar a arte.
A polarização não apenas divide um país, mas sufoca seu espírito. Transformamos tudo em guerra, como se admitir talento fosse render-se a um inimigo imaginário. Como se reconhecer nossa história fosse um crime. Mas a arte não pertence a partidos. Ela pertence ao povo. Ela é a verdade que sobrevive às mentiras, a memória que resiste ao esquecimento, a voz que não se cala mesmo quando tentam silenciá-la.
Em Acreúna, estamos plantando as primeiras sementes do audiovisual. O IBRAC, o AFIC, e todos os que já fizeram e fazem cinema aqui sabem da luta que é criar, da luta que é existir em meio a tantas barreiras. E é por isso que precisamos nos unir, não nos destruir. Porque ignorar nossos artistas com desprezo, com descaso, com censura ou com indiferença, é apagar nossa própria identidade.
Que este Oscar não seja apenas um troféu na prateleira do cinema nacional, mas um lembrete de que o Brasil pode, sim, ocupar seu lugar no mundo. E que para chegarmos lá, precisamos valorizar os que nos levam adiante.